Chegou à minha atenção que os termos “Tradicionalista” e “Tradicionalismo” têm um significado próprio e se referem às pessoas e a uma corrente filosófica  que seguem as tradições de uma certa cultura, normalmente denominado folclore [1,2 ]; e que a série “Scrum para Tradicionalistas” pode estar ofendendo de algum modo estas pessoas que nada têm a haver com a construção de software.

A série “Scrum para Tradicionalistas” se destina a quem produz software seguindo  um certo tipo de metodologia. Esta metodologia é oposta em varias frentes à cultura de condução de softwares denominada Agil que provém do seguimento de algumas diretrizes presentes no Manifesto Ágil. O termo “Tradicionalista” neste contexto se refere apenas e só às pessoas que desenvolvem software seguindo estas metodologias especificas.

Não ha um nome para estas metodologias porque elas não são homologadas por nenhum autor, elas advêm de anos de más práticas de administração de projeto de software e más práticas de desenvolvimento de software que se tornaram o padrão em várias casas de software pelo mundo apenas e só baseados na repetição historica de certas práticas. Ou seja, estas metodologias foram incluídas no mundo da produção de software apenas e só pela tradição; dai o nome tradicionalista para quem as pratica.

Este nome realmente não é muito bom, mas é o que vem sendo usado para designar estas pessoas e estas práticas. Portanto, para não ofender os defensores do real Tradicionalismo, cabe modificar a designação para estas metodologias e as pessoas que as praticam.

Poderiamos utilizar a referencia “metodologia clássica” e os “clássicos” mas isso na realidade já se usa para referencias a metodologias reais como o Processo Unificado ,  RUP e Waterfall (Cascada). Então não serve.

Poderiamos utilizar a referencia “metodologia ad hoc” , mas carece de um adjetivo para qualificar os praticantes além de parecer que se trata de algo aleatório que alguém inventou num momento de “inspiração”.  Isto não traduz o sentido atual da expressão “metodologias tradicionais” porque não invoca o caracter historico e de coisa que nasceu pela constante  escolha das opções erradas ao longo do tempo.

Depois de pesquisar não encontrei uma palavra que explicitasse o sentido de lastro historio e a opção é escolher algo que seja a oposição de ágil. O termo que seria mais premente seria  “lento” , mas uma pessoa “lenta” tem outro significado. Então fico com moroso, que significa que dura ou parece durar muito mais do que seria desejável – que é exatamente o sentimento que as ditas metodologias passam.

Se alguém tiver outras sugestões  são bem vindas. E aqui ficam as minhas desculpas ao pessoal do verdadeiro Tradicionalismo pelo uso impróprio da palavra.

Adendo [1/12/2009]

Relendo o livro : Software Estimation : Demystifying the Black Art encontrei a referencia a processos do tipo Stage-Gate (Estágio-Portão) ao qual pertence o processo de Software Development Life Cycle (SDLC). Este tipo de processos de Stage-Gate são utilizados para a produção de máquinas  e outros produtos industriais e são caracterizados por várias estágios e várias condições de fronteira ( gates) que permitem passar ao estágio seguinte. O processo waterfall é um outro tipo de Stage-Gate.

Daqui poderiamos tirar um nome para as metodologias ditas tradicionais : metodologias de sequencia de estágios, ou metodologias de estágios ou melhor, eu seria: metodologias industriais.  Isto deixa bem explicito a diferença entre valorizar pessoas (metodologias ageis)  e valorizar processos (metodologias industriais). Acho que vou passar a adotar essa nomenclatura. O que você acha  ?

Comente

Scroll to Top