Eu pessoalmente acho Scrum um muito bom referencial para o gerenciamento de projetos de software e uma coisa que sempre me frustrou era não haver um reconhecimento oficial do que é e do que não é Scrum.
Muitas pessoas, principalmente o Ken Schwaber co-autor do Scrum e co-fundador da Scrum Alliance, sempre defenderam que Scrum é um conjunto de práticas que devem ser adaptadas a cada caso: ” a arte do possível” é como ele chama a isso. Ora, este tipo de postura é muito cômoda mas representa que, na realidade, não ha um compromisso sério com o conceito do Scrum. Sendo que compromisso é um dos valores principais do Scrum, tudo isto parece uma grande idiossincrasia.
Se Scrum é bom, obviamente as pessoas vão querer aprender e as empresas vão querer contratar pessoas que conheçam scrum. Mas como saber se as pessoas conhecem scrum ? Entra a ideia de criar uma certificação que “garanta” que a pessoas conhece scrum. As certificações de Scrum Master e Product Owner são então lançadas no mercado. Isso permite que empresas usando Scrum possam ser CMMI e mantém as pessoas interessadas.
O problema é que ditas certificações não garantem nem certificam coisa alguma. A certificação não é um teste, está mais para palestra. E o fato da pessoa ser ou não certificada é completamente arbitrário e ao critério subjetivo do Scrum Master que está dando a “aula”.
Muitas pessoas se levantaram contra esta prática. Quanto a mim complementamente venenosa para o sucesso do Scrum, mas muito lucrativa para o Ken e seus companheiros. Felizmente alguém viu a luz e entendeu que este tipo de certificação fajuta não poderia continuar. Um exame teria que ser feito para certificar a pessoa. Ken e outros não concordavam com isto porque segundo eles Scrum era um arcabouço e não uma metodologia, ou seja, não havia apenas uma forma possível de usar Scrum e sim várias, cada uma adaptada ao cada caso. e por isso um exame seria impossivel.
A resposta a isto é simples. Se podemos definir o que não é scrum, então podemos definir o que é scrum. Scrum contém regras em si mesmo que levam a considerar que algo é scrum ou não. É por isso que se fala em Scrum-but e existe o Nokia Test. É claro, portanto, que um exame sim pode ser feito.
A perseguição da possibilidade de certificar as pessoas baseado nem exame em vez de numa palestra parece ser um tabu para o próprio criado do Scrum e parece ter levado à sua saida da Scrum Alliance que ele mesmo criou. A sua saída da posição de presidente parece então deixada aberta a opção de implementar o exame de certificação estabelecendo assim novos objetivos para a certificação de Scrum Master.
Este é um grande passo para que Scrum seja levado a sério. Agora temos uma garantia maior de que as pessoas realmente compreenderam os valores e práticas do Scrum e não apenas que já ouviram alguém falar nisso.
Um dos grandes problemas com adoção de Agil, e Scrum em particular é que a maior parte das pessoas não vê nisso o futuro. Muitas ainda acham que PMI é a forma certa e pior, única. Comprovadamente PMI não oferece nenhum tipo de orientação prática e é no máximo uma doutrina remendada com todas as coisas que já forma moda , algum dia, nos processos de criação de software. PMI não tem uma base em valores e em compromisso com software de qualidade, não tem uma base teórica assente no entendimento de processos empíricos – aliás assume que criar um software é algo mecânico e prescrito – e não apresenta qualquer prova que funciona.
O próximo passo deverá ser mudar o nome de “Scrum Master” para outra coisa, já que este nome confunde muita gente. O papel do Scrum Master é pouco entendido porque as pessoas tendem a compará-lo a um gerente , quando não é. O Scrum Master é mais um “guia” que tenta ensinar o caminho à equipa e ao Product Owner e remover impedimentos na viagem. Quando a equipa e o produt owner já conhecem o caminho o papel do Scrum Master está satisfeito e ele passar a guiar outra equipa. Ao contrário do que a maioria pensa, é uma posição etérea que apenas é necessária enquanto o processo Scrum está sendo implantado na empresa. Ele é necessário para polarizar o poder do gerente tradicional e separar os poderes do gerente nos poderes do Product Owner e nos da Equipa.
Pessoalmente nunca concordei com a posição humpty-dumpty do Ken Schwaber face ao Scrum. Acho que é mais um caso em que o criador não vê o verdadeiro valor da sua criação. Por isso estou entusiasmado com a sua saida da Scrum Alliance e o novo rumo que as coisas estão tomando.
Hoje em dia o profissional que é ScrumMaster nao prova nada a não ser que teve dinheiro e tempo pra encarar umas horas de palestras, até adicionaram um testezinho no final do curso pra tentar dar um up na certificação que na verdade é uma piada.
Quanto ao PMI, a leitura é hiper cansativa, a certificação é muito desgastante e na prática numca é seguido a risca, um coordenador de TI é obrigado a aprender sobre metodologias ágeis pra tocar a empresa, até pq PMI é extremamente burocrático. O pior de tudo isso? hoje en dia PMI está se tornando obrigatório, basta ver as vagas na apinfos da vida.
O comentário do nosso amigo Denis, hoje já não mais verdade. Desde o final de 2009 a Scrum Aliance, também exigem provas de certificação. Não basta mais só fazer o curso. Inclusive as pessoas que foram certificadas sem prova, quando forem renovar seus certificados deverão realizar prova.